segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Poesia (Anti-Abstrata) da Matéria

"Desenvolver ao máximo a sensibilidade até sentir-se angustiado quando se assassina uma pessoa em qualquer lugar do mundo e para sentir-se entusiasmado, quando em algum lugar do mundo, se alça uma nova bandeira de liberdade." Che Guevara



Poeta da Práxis

A diferença entre um fascista e um comunista é a poesia.

O comunista é antes de tudo um poeta. Um poeta da práxis. Poeta das coisas vivas e pulsantes, poeta da energia de que somos feitos e que nos move, que transforma, revoluciona. Poeta da terra, da vida real, do mundo real dos homens reais, das mulheres e das criancinhas. Poeta de si mesmo em oposição à poesia das abstrações imaginárias que flutuam sem sustento. Que se sustentam pelo sopro das falácias que insistimos em nomear, em dar sentido. Pelo medo das sombras na parede.

O comunista é poeta de poesia tácita que escreve a poética do impulso radical da vida com suas mãos e braços no mundo que revoluciona. Escreve com o silêncio de suas ações, com a placidez de seus brados o poema maior, que abstração nenhuma dá conta de contar.

O comunista marca, à caneta ou não, na terra em que bem anda com seus irmãos, a matéria que exala de seus poros, a matéria bela que bem sustenta seus belos pés, a matéria que os alimenta e da qual é feito e pela qual a cada passo revoluciona.

O fascista chora vendo bambi e anda com medo pelas ruas.