segunda-feira, 21 de setembro de 2009

É pequeno agora

A Importância Do Início

Dias passam sem que haja
Ao menos uma forma de
Não demonstrar a real
Igualdade entre os termos.

Teríamos mais coisas a dizer.
Estaríamos como antes.

Agora tudo falta.
Muito do que era já não é,
O que fora já se foi.

Mas ainda resta o que
Um dia fora forjado e
Impresso em ouro.
Talvez sob a couraça
Onde se esconde o peito.

Apesar das lágrimas vertidas
Impostas aos olhos pela dor.
Nada se esvai tão rápida e
Diretamente que se possa dizer
Abstrato da concretude vivida.



Não É Fácil

Sinto como se ouvisse a chuva cair.
Lenta e fria chuva que molha meu mundo.
E o céu gris que hoje me abraça,
Me deixa pálido e sem fome.

Quero o sorriso que iluminava
Os meus dias ensolarados.
Faltam-me as cores das pequenas coisas
Que cintilavam sem me perceber.

Tenho saudade de um mundo
Que me fora por fraqueza de minhas
Pernas. Escapara-me pela condição
De minha torpe existência.

Sou menos hoje.
Sou menos algo.

Me falta.

Um comentário:

Rafael Barreto Pinto disse...

O ser humano é essencialmente falta... Tanto que faltam-me palavras para comentar mais esses dois poemas cheios de uma falta existencial.