Viver É Ser Livre
Sou a contradição de mim mesmo.
Contradigo e digo que contradigo.
Sou revolucionário de papel,
Sem saber o papel de revolucionário.
Sou burguês e proletário num só
Corpo orgânico e mortal.
E como tal me mato aos poucos,
Pois nego o que me faz, o que me
Constitui. A relação que me forja
Todos os dias, eu quebro e me derreto.
Me mato todos os dias. Pois se matar
É viver. É ser livre para ser livre.
E ser livre para morrer.
E morrer é a contradição fundamental da vida.
Que só o é pela morte que carrega.
E se matar é estar cada vez mais vivo,
E cada vez mais livre de morrer.
Se matar é viver.
E revolucionar é morrer. E só morre
O que nos faz melhores, o que nos faz mais livres.
O que nos faz mais vivos.
Então matar é revolucionar a própria vida.
É expor sua contradição. É contradizer a ordem
Que nos prende, que nos mata.
Por isso deus é morto. Porque nunca viveu
A vida dos homens que vivem a morte dos homens.
Por isso minha moral é a revolução de si mesma.
É o seu processo de morte e vida, vida e morte.
Por isso meu Deus é a Liberdade e minha fé
É na História, nos meu irmãos que morrem
Pra viver. E vivem pra ser livres.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
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